Toco y Me Voy Estreia Nova Categoria: Momento Armando Nogueira

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O Mestre deixará saudades... FONTE: Globo.com

O Mestre deixará saudades... FONTE: Globo.com

A partir de hoje, o Toco y Me Voy terá uma categoria nova, totalmente dedicada a um dos maiores ícones da história da crônica esportiva brasileira: o recém falecido Armando Nogueira. Aqueles que me conhecem, sabem que nunca fui um profundo admirador dele. Não é porque ele faleceu, que deixarei de expor as verdades sobre minha opinião. Certa feita, em meio à disputa das finais da Copa Libertadores da América de 1995, assisti ao canal SporTV e tive a oportunidade (gize-se, única) de conferir o programa que era protagonizado pela atual apresentadora do SporTV Vanessa Ritchie, e por Armando Nogueira. Naquele dito programa, Mestre Armando cometeu uma grande gase (ora, que jogue a primeira pedra aquele que nunca cometeu!): sentenciou que o Grêmio de Luís Felipe Scolari era um time anti-romântico. Aquilo não soou bem aos meus ouvidos. Não engoli. Quase surtei diante da televisão. Na hora, pensei: “O que esse carioquinha metido quer falar do maior clube do RS??? Só porque estamos vencendo tudo e a todos”.  Pois é, meus amigos, arrependo-me de ter pensado aquelas coisas sobre Mestre Armando, mas ele deveria arrepender-se também, do que disse (se é que não se arrependeu). Aquele “Grêmio anti-romântico” foi bicampeão da América e só não venceu o Mundial, por obra da “loteria dos pênaltis”. Além disso, aquele time foi bicampeão gaúcho, campeão brasileiro e depois da Copa do Brasil. Era um baita de um time, o qual foi enaltecido não pelas poesias de Mestre Armando, mas pelos versos de Paulo Sant’Anna, um dos maiores expoentes da crônica esportiva gaúcha.

Grêmio Bicampeão da América: o "anti-romântico"? FONTE: ZeroHora.com

Grêmio Bicampeão da América: o "anti-romântico"? FONTE: ZeroHora.com

Não obstante, após a morte lamentável de Armando Nogueira, tive a chance de estudar mais sobre a sua vasta história no mundo futebolístico. Ele pode ser chamado de Mestre. Ele deve ser chamado de Mestre. O romantismo com que ele escrevia, sem sombra de dúvidas, jamais será igualado. Suas frases bombásticas, em muito me lembra o grande amigo e colunista deste Blog Roberto Ortiz Júnior, o “Junique”. Extremamente inteligente, perspicaz, trabalhador, perfeccionistas, mas por vezes “bairrista”, Armando Nogueira sempre foi um exemplo para todos que tiveram a dádiva de conhecê-lo.

Nascido em Xapuri, no Acre, Nogueira morreu em casa, na Lagoa, Rio de Janeiro, vítima de um câncer no cérebro, diagnosticado em 2007. Nascido em Xapuri, no Acre, o jornalista se mudou para o Rio de Janeiro aos 17 anos e estudou Direito. Seu primeiro emprego como jornalista foi em 1950, na editoria de esportes do “Diário Carioca”, onde trabalhou por 13 anos. Foi repórter, redator e colunista. Ele participou da cobertura de 15 Copas do Mundo e foi um dos principais nomes do jornalismo brasileiro.

Por toda a obra de Mestre Armando, e por tudo que ele representa até hoje para o Brasil, resolvi criar esta nova categoria. Cumpre salientar, que esta categoria somente poderá ser usada, quando houver poesia, versos, poemas, sobre o futebol. Será “o lado romântico” do Toco y Me Voy, seja de criação própria do autor, seja parafraseando. Fica registrada esta humilde homenagem a Mestre Armando Nogueira. E que Deus o tenha…

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“A morte o surpreendeu enquanto ele (Dener) dormia. Se ele estivesse acordado, até ela seria driblada”. (NOGUEIRA, Armando)

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Tchüss!!!

Uma resposta to “Toco y Me Voy Estreia Nova Categoria: Momento Armando Nogueira”

  1. Junique Says:

    Foi a maior perda da crônica esportiva brasileira deste início de século. Armando Nogueira era uma enciclopédia viva do futebol, além de ser um formidável cronista. Defensor implacável do futebol vistoso, de encher os olhos, do futebol espetáculo que emocionava as multidões. Nada mais natural para alguém que viu Pelé, Garrincha, Didi e outros monstros sagrados do nosso futebol jogarem ao vivo.
    Marcelo Zerbes acabou relembrando um momento que para mim será inesquecível: A morte de Dener. Ele faleceu as 6 horas da manhã quando um amigo que dirigia seu Mitsubishi Eclipse dormiu na direção e o carro bateu em uma árvore. Dener dormia com o banco reclinado e preso pelo cinto de segurança. Com o impacto o cinto estrangulou-o. Morreu dormindo, sonhando, como até hoje aqueles que tiveram o privilégio de vê-lo jogar sonham um dia em rever seu balé mágico com a bola nos pés.
    O comentário de Armando Nogueira foi emocionante, não me recordo das palavras pois já fazem 16 anos do ocorrido. Mas jamais me esquecerei das lágrimas que corriam dos seus olhos ao vivo na televisão.
    No local da batida, na mesma árvore abalrroada, na beira da lagoa Rodrigo de Freitas, Armando sugeriu a colocação de uma pequena placa com os dizeres : “Dener, aqui morreu um poeta do futebol.”
    Fará muita falta o mestre Armando…

    OBS: Agora vamos destacar – aquela fotinho na Zero Hora da Gina Lollobrigida com o Antônio Britto, eu vejo aquilo e penso: É do meu tempo porra… puta que pariu eu estou ficando velho…

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